De acordo
com mastologista, trastuzumabe dobra sobrevida de pacientes; dose do remédio
custa cerca de R$ 10 mil.
Em circulação há mais de 15 anos, o medicamento trastuzumabe é usado
para o tratamento de um tipo específico de câncer de mama e pode dobrar a
sobrevida de pessoas em metástase -- quando a doença já atinge outras áreas do
corpo. O Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do Ministério da Saúde, passou
a abranger este público e irá fornecer a droga num prazo de 180 dias.
A decisão foi publicada pelo Diário Oficial da União na última
quinta-feira (3). Em 2012, o governo havia liberado o uso para
pacientes com o câncer, mas excluía os metastáticos. Hoje, mais de 3
mil pessoas com câncer de mama inicial e localmente avançado fazem o uso do
trastuzumabe pelo SUS. Organizações como a Sociedade Brasileira de Oncologia
Clínica (SBOC) e a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio
à Saúde da Mama (Femama) reivindicavam a ampliação para acesso do medicamento a
todos os tipos de pacientes.
No mercado, a droga custa cerca de R$ 10 mil a dose. Ela é usada no
tratamento do câncer de mama do subtipo HER2+, o mais agressivo e que atinge um
quinto das mulheres com tumor no seio. A célula cancerígena expressa o gene que
leva o mesmo nome da doença, e o remédio bloqueia a ação desse gene, o que
evita a proliferação.
"Estamos muito atrasados com essa aprovação. É uma droga
fundamental para o tratamento deste tipo de câncer em qualquer fase e pode
dobrar a sobrevida. O tratamento era feito com quimioterapia e sem ter alvo
específico para o tipo da doença. Agora, vamos conseguir controlar melhor e por
mais tempo", avaliou a mastologista e presidente da Femama, Maira Caleffi.
De acordo com a Femama, a droga "mudou a forma como o câncer é
tratado no mundo". O trastuzumabe consta na lista básica para
combater o câncer, criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
para guiar governos nas escolhas de oferta em suas políticas de saúde.
Fonte: Ministério da saúde
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