14 abril 2016

Polícia Civil orienta a população contra golpes e crimes virtuais

O matuto que não sabe que ganhou um boleto premiado e pede ajuda na rua, a mensagem de celular que informa sobre um prêmio em dinheiro ou bens de alto valor ganhos sem motivo, a compra na internet paga a preço baixíssimo por um produto que não existe.

O estelionato está presente no cotidiano das pessoas e a Polícia Civil orienta que é preciso estar atento aos indícios dos golpes aplicados pelos criminosos para evitar ser a próxima vítima.


A prática é, inclusive, preocupação da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), que nesta semana emitiu nota à imprensa com dicas para os cidadãos escaparem dessas situações.

Mais de 1.000 inquéritos estão em prosseguimento atualmente na Delegacia Especializada de Falsificações e Defraudações (DEFD), unidade destinada à investigação deste tipo de crime. Apesar de a DEFD não apurar apenas casos de estelionato, o chefe e investigações da Especializada, Fábio Vila, afirma que boa parte desses procedimentos instaurados se refere a esta prática.

No entanto não são todos os crimes de estelionato que caem na mesa dos policiais da Especializada de Falsificações e Defraudações. A DEFD só investiga os crimes que causam perda de, pelo menos, 30 salários mínimos (R$ 26.400), ou que são praticados por uma articulação criminosa que envolva mais de uma pessoa. Portanto a Especializada não tem como mensurara quantidade total das ocorrências abaixo desse valor, pois muitas são apuradas pelas delegacias de polícia (distritais) dos locais onde foram registradas. Mas, de acordo com ele, aumentou e muito as fraudes e estelionato, mas com valores menores que 30 salarios. 

Fábio Vila conta que a maioria dos procedimentos instaurados é para crimes de alto volume de dinheiro envolvido, chegando a montantes de R$ 1 milhão ou R$ 2 milhões.
Todavia entre os crimes que competem à DEFD e têm menor proporção, chefe e investigações da Especializada afirma que os mais recorrentes são os trotes de celular.

Quadrilhas que se organizam para telefonar ou enviar mensagens de texto em que informam às vítimas sobre um suposto prêmio que elas teriam ganhado. As premiações variam entre automóveis, dinheiros, casas e outros bens de valor elevado.


Vila explica que esses grupos têm se especializado e tornado mais convincentes as investidas criminosas. Segundo o chefe de investigações, depois que a vítima morde a isca do primeiro contato e retorna as ligações, os estelionatários perguntam qual é o banco no qual ela possui conta.

Em seguida a ligação já é repassada para outro membro da quadrilha, especialista na bandeira (marca do cartão de crédito ou bancário) informada. “Eles sabem decorado os procedimentos dos terminais eletrônicos do banco”, afirma Fábio Vila.

O próximo passo é pedir que a vítima se dirija até um terminal eletrônico, onde vai liberar o suporto pagamento do prêmio fictício. “Eles dão várias voltas no sistema, passando por várias abas e no final terminam na área de transferência”, detalha o policial.

Ainda de acordo com Vila, depois de levar o usuário até a tela de transferência, o criminoso o induz a colocar um “código” na barra em branco da tela. Esse código é, na verdade, a quantia em dinheiro para a transferência e o suposto atendente indica ainda mais códigos, que correspondem à conta de destino. "Eles repetem por mais vezes o processo, chegando a, quando o limite de transações diárias é atingido, programar novas transações para o dia seguinte", revela o investigador.

Fábio Vila diz que as quantias transferidas são sempre próximas de R$ 1.000, mas nunca o valor fechado, para não gerar suspeitas. "Quando a pessoa vai se dar conta, já perdeu mais de R$ 5 mil", completa.

Vila alerta para a necessidade de as pessoas não repassarem informações confidenciais por telefone, para evitar o golpe, bem como ficarem atentas aos indícios de que o contato para a premiação pode se tornar de um crime.

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