21 janeiro 2016

No RN, direção da Penitenciária de Alcaçuz confirma fuga de 10 presos

MATÉRIA DO G1 RN

Dezenove presos, que já estavam fora do pavilhão, foram impedidos de escapar por policiais da Força Nacional e BPChoque (Foto: Divulgação/PM)
A direção da Penitenciária Estadual de Alcaçuz confirmou que 10 presos fugiram na madrugada desta quinta-feira (21). Os detentos escaparam por um túnel cuja saída fica no pé do muro, entre duas guaritas. Um vídeo gravado por policiais da Força Nacional e do Batalhão de Choque da PM mostram o local exato por onde os presos escaparam. Em 21 dias o sistema prisional do RN contabiliza 81 fugitivos.Segundo a direção da unidade, os presos fizeram um túnel para sair de dentro do pavilhão, mas ainda dentro da área do presídio. De lá, eles correram até o pé do muro, entre as guaritas 3 e 4, onde cavaram um novo buraco para passar por baixo do muro. Foi neste momento que a fuga foi percebida. Os 19 presos impedidos de escapar estavam neste caminho, indo em direção ao buraco aberto no pé do muro. Com eles, foram encontrados três aparelhos celulares, um fone de ouvido e uma pequena porção de maconha.De acordo com policiais militares responsáveis pela guarda do presídio, um dos guariteiros percebeu a debandada e fez disparos de advertência. Com os tiros, alguns presos que ainda estavam dentro do túnel recuaram; outros 19, já fora do pavilhão, foram impedidos de fugir. PMs do BPChoque e da Força Nacional também deram apoio.

Fugas

Nesta terça-feira (19), três presos conseguiram fugir de Alcaçuz por um túnel escavado a partir do pavilhão 4. Na oportunidade, o buraco só foi descoberto quando o dia amanheceu.

Até então, o sistema prisional potiguar já acumulava cinco fugas, somando 71 detentos fugitivos. Com a fuga desta quinta (21) são seis fugas com 81 detentos fugitivos.

Após disparos feitos por um dos guariteiros, policiais militares descobriram o túnel e evitaram fuga em massa (Foto: Força Nacional)

Logo no primeiro dia no ano, dezesseis presos fugiram do pavilhão 5 da Penitenciária Agrícola Doutor Mário Negócio, em Mossoró, na região Oeste do estado. De acordo com o diretor do presídio, coronel Eliause Moreira, os detentos serraram as grades das celas e escavaram um túnel, por onde conseguiram escapar. Do lado de fora, havia vigilância em apenas uma das guaritas.

Presos usaram túnel para escapar da Cadeia Pública de Natal, no dia 12 deste mês; 10 foram recapturados e um morreu (Foto: G1/RN)

No dia 12 deste mês aconteceu a maior fuga da história do sistema prisional potiguar, quando 46 presos escavaram um túnel e escaparam da Cadeia Pública de Natal, também conhecida como Presídio Provisório Raimundo Nonato Fernandes. Destes, até o momento, dez foram recapturados e um foi morto.

No dia 14, quatro presos fugiram do Centro de Detenção Provisória de Macau, na região da Costa Branca potiguar. A fuga aconteceu durante a madrugada. Segundo a agente penitenciária Maria das Graças Viana Rocha, diretora da unidade, os detentos usaram um túnel para escapar. O buraco foi aberto aproveitando o fosso do vaso sanitário de uma das celas, saindo do lado de fora do CDP.

Já no dia 17, um policial militar e um agente penitenciário foram baleados durante a fuga de dois presos do Centro de Detenção Provisória do Potengi, na Zona Norte de Natal. Os detentos estavam armados dentro da cela e fugiram levando o revólver do agente. O sistema de câmeras de segurança do CDP registrou o momento em que presos atiraram contra o agente (veja vídeo ao lado).

Segundo Gilmar de Carvalho, diretor da unidade, um dos presos fingiu estar passando mal, atraindo os agentes de plantão até a cela. Quando foram verificar a situação do detento, os agentes foram surpreendidos.

Sistema em calamidade
O sistema penitenciário potiguar está em calamidade pública desde o dia 17 de março de 2015, após uma onda de rebeliões que atingiu pelo menos 14 das 33 unidades prisionais do estado. O decreto, renovado em setembro, tem validade até março deste ano.

De acordo com a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), já foram gastos mais de R$ 7 milhões nas reformas das unidades depredadas. A secretaria reconhece que o sistema penitenciário do RN é ultrapassado e precisa de uma modernização com mais eficiência e tecnologia nos processos.

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