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A microcefalia não é uma doença nova para a medicina. A má formação pode está relacionada tanto a substâncias químicas e exposição de gestantes à radiação como pode ser causada por agentes biológicos (vírus e bactérias).
Apesar dos conhecimentos da medicina acerca do problema, o grande aumento de casos no Brasil surpreendeu tanto a população como os profissionais da saúde.
Foi pensando nisso que Carla Ismirna, professora da UNI-RN, desenvolveu um projeto multidisciplinar para atender crianças prematuras ou com microcefalia. “Eu sempre tive o sonho de montar uma base de estimulação precoce. Com o aumento nos casos de microcefalia e a nova demanda, conseguimos colocar o projeto em prática”, declara a mentora e coordenadora do núcleo.
O foco do projeto é o trabalho de estimulação precoce em crianças de zero a três anos. De acordo com Carla, esta é a idade da “janela de oportunidades”, ou seja, é neste período que o tratamento tem os resultados mais satisfatórios.
O grupo é formado por 24 alunos de fisioterapia que estão no quinto ou no sétimo período do curso. A coordenadora do projeto explica que os alunos do sétimo período já pagaram disciplinas que relacionam fisioterapia e pediatria e por isso estão aptos a atender as crianças com a supervisão de um professor. Já os alunos do quinto período, atuam com um estágio de acompanhamento, onde observam os atendimentos e trabalham com a coleta de dados para pesquisas.
Estes alunos foram selecionados para através de um exame de seleção. Foram 100 estudantes inscritos e 24 selecionados. Os critérios de classificação utilizados foram o IRA (Índice de Rendimento Acadêmico) e currículo dos alunos.
Dentro da perspectiva interdisciplinar, o projeto também conta com um grupo de cinco estudantes de psicologia, que trabalham com o apoio às mães e familiares. De acordo com Carla, profissionais da enfermagem, nutrição, oftalmologia e pediatria também auxiliam no atendimento.
Antes de iniciar o atendimento ao público, a equipe estudou as diretrizes do Ministério da Saúde para o atendimento em casos de microcefalia. Ingrid Nayana, estudante do sétimo período de fisioterapia da UNI-RN, conta que antes de começar o atendimento trabalhou com pesquisas, participou de minicursos presenciais e de um curso online.
Fabrícia Carliane também é aluna do sétimo período de fisioterapia e fala sobre a importância da experiência na sua formação pessoal e profissional. “A minha visão mudou com relação ao estereótipo. Existia um receio do contato inicial. Principalmente entre as alunas que já são mães. Existia um medo de ver a criança de perto. Agora o contato é muito mais próximo e eu consigo ver a importância de está aqui realizando este trabalho”, declara Fabricia.
Os atendimentos começaram há aproximadamente um mês. Atualmente equipe atende seis crianças. Cinco destes pacientes tem microcefalia e um é portador da Síndrome de West, uma forma de epilepsia. A meta é expandir para 24 pacientes. Para isso, já existe uma parceria com o hospital Santa Catarina para que os casos descobertos sejam encaminhados à universidade.
Uma das crianças em atendimento é a pequena Raimunda, de 10 meses. Sua mãe, Janaína Cristina, teve duas filhas gêmeas univitelinas e logo após o nascimento descobriu que uma delas tinha a má formação. ‘No início eu tinha um pouco de medo. Eu via outras crianças, as pessoas falavam que ela não ia poder andar e não ia falar, mas ela já chama “mamãe e titia”’, conta.
Fonte: No minuto
Fonte: No minuto
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