Presos de diferentes facções se enfrentam em Alcaçuz há 10 dias.
Governo constrói muro para separar grupos rivais.
A Força Nacional encontrou o terceiro túnel na
Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na Grande Natal, em
menos de dois dias. A escavação fica na área externa próxima ao pavilhão 5,
informaram os militares nesta segunda-feira (23).
Um dos túneis encontrados neste domingo (22) teria aparecido após parte da
areia desabar em decorrência das chuvas. O outro estava camuflado com mato, e a
polícia não sabe se ele teria sido usado para fugas durante as rebeliões.
De
acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Norte, o túnel
que estava camuflado já foi fechado e o mesmo deverá ser feito com o que
desabou.
Confrontos
Há dez dias, presos de duas facções disputam o poder na unidade. De um lado, ocupando a área dos pavilhões 4 e 5, estão membros do PCC. Do outro, nos pavilhões 1, 2 e 3, estão detentos que fazem parte do Sindicato do RN.
Antes
do início dos conflitos, a penitenciária tinha 1.150 presos. Já no presídio
Rogério Coutinho Madruga, que é o pavilhão 5, estavam outros 350.
No
dia 14, início da rebelião, pelo menos 26 detentos foram
mortos. Na quinta (19), após novo enfrentamento em Alcaçuz, muitos
presos ficaram feridos. A PM confirmou que há novos
mortos dentro da unidade, mas não informou o número.
Construção
de muro
No último sábado (21), enquanto um muro de contêineres era posicionado dividindo as facções, equipes do Instituto Técnico de Perícia (Itep) encontraram e recolheram duas cabeças, um antebraço, um braço e uma perna.
Os
contêineres, cada um com 12 metros, darão lugar depois a um muro de concreto de
90 metros de extensão. O governo diz que que a construção desse muro permanente
levará 15 dias.
Em Alcaçuz, detentos circulam livremente dentro
dos pavilhões desde março de 2015, quando uma série de rebeliões destruiu as
grades das celas. Na manhã desta segunda-feira, os detentos continuavam no
telhado.
Presos soltos e armados
Neste sábado, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel André Azevedo, disse que o muro que separa os presos está sendo feito para "preservar vidas". Apesar disso, os detentos permanecem soltos e armados.
O
comandante afirmou que caçambas recolheram grande quantidade de entulhos e
muitas barras de ferro que eram usadas como armas pelos presos. Mas não deu prazo
para que o Estado faça uma intervenção em busca de armas de fogo e armas
brancas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário