Juiz levou em consideração relatório do Ministério Público
Estadual.
Governador anunciou concurso para 41 vagas.
O juiz Geraldo Antônio da Mota, da 3ª Vara da Fazenda
Pública, julgou procedente uma ação do Ministério Público do Rio Grande do
Norte e determinou que o Governo do RN realize, em um prazo de seis meses,
concurso público para 530 agentes penitenciários. O magistrado ainda estabelece
multa pessoal e diária no valor de R$ 5 mil ao governador do Estado e de R$ 2
mil ao secretário de Justiça e Cidadania em caso de descumprimento.
"O objeto da ação revela a necessidade de nomeação
e posse de 530 agentes penitenciários para enfrentar os graves problemas
existentes no sistema carcerário", publicou o juiz.
A Ação Civil Pública do MPRN é de 2015. O relatório
apontou: "o caos no sistema penitenciário do Estado do Rio Grande do
Norte, o que revela completo descontrole na custódia nas unidades prisionais e
impossibilidade de condução de presos para as respectivas audiências, tendo,
como consequência, adiamento de importantes atos processuais designados nas
ações penais, por ausência de escolta de presos; aponta que o Grupo de Escolta
Penal (GEP) e o Grupo de Operações Especiais (GOE) são encarregados de
importantíssimas funções de transportes de presos para audiências judiciais e
condução a hospitais, assim como, para contenção de motins e rebeliões, cuja
carência de pessoal e estrutura, reflete em sérios prejuízos ao funcionamento
da Justiça".
Ainda na decisão publica, a Justiça destacou como
exemplo que, de janeiro a junho de 2015, 231 audiências deixaram de ser
realizadas, por ausência de transporte de presos. "É uma situação que
revela descaso com o problema grave porque implica em retardo no julgamento dos
processos, com consequências desastrosas para a sociedade", escreveu o
juiz.
Ele ainda ressalta: "Desde o ajuizamento da ação
[2015] até a data de hoje, em que se profere a sentença, nenhuma providência
fora adotada pelo Estado do Rio Grande do Norte para fixar número de agentes
penitenciários compatível com a população carcerária, tal qual diagnosticado na
petição inicial, muito embora o agravamento da crise com rebeliões dentro da
Penitenciária de Alcaçuz, com dezenas de mortos e tantas outras fugas".
Na sexta-feira (27), antes de ser notificado dessa decisão judicial
referente a contratação de 530 agentes, o
governador Robinson Faria havia anunciado que será aberto concurso público para
o preenchimento de 41 vagas.
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