Detentos tentaram derrubar parede do presídio
Raimundo Nonato.
Governo diz que situação está controlada; não há informação sobre feridos.
Rebelião controlada no Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato, em
Natal, pelo Batalhão de Operações Especiais (Foto: Divulgação/Sindicato dos Agentes
Penitenciários do RN (Sindasp))
Detentos do Presídio Provisório Professor Raimundo
Nonato, em Natal, estão rebelados desde as 3h (4h de Brasília) desta
segunda-feira (16). Segundo o governo do Rio Grande do Norte, a situação foi
controlada por volta das 5h30 (6h30 de Brasília). Não houve fugas e não há
informações sobre feridos. No fim de semana, uma rebelião em outro presídio do estado deixou 26 mortos.
De acordo com a Secretaria de Justiça e Cidadania
(Sejuc), os presos tentaram derrubar uma parede do presídio Raimundo Nonato,
mas a polícia interveio e evitou a fuga. Eles ainda tentaram entrar em uma área
de isolamento da unidade, onde ficam os presos ameaçados de morte, mas não
conseguiram.
O Grupo de Operações Especiais da pasta entrou no
presídio às 7h30 (8h30 de Brasília) para debelar o motim.
A nova rebelião atrasou uma revista prevista para
ocorrer na manhã desta segunda-feira na Penitenciária de Alcaçuz, onde
ocorreram as mortes no fim de semana.
Conhecido como Cadeia Pública de Natal, o Presídio
Provisório Raimundo Nonato não tem grades, que foram arrancadas em rebeliões
anteriores. O estabelecimento tem 166 vagas projetadas, mas abriga 600 detentos,
segundo um relatório de novembro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). As
condições são consideradas "péssimas".
Policiais em frente ao presídio Raimundo Nonato, no Rio Grande do Norte,
onde ocorreu rebelião (Foto: Maksuel Figueiredo/Inter TV Cabugi)
O motim em Alcaçuz começou na tarde de sábado (14) e terminou 14h depois, na
manhã do domingo (15). Quase todos os 26 mortos foram
decapitados.
Os presos do pavilhão 5 invadiram o pavilhão 4.
Segundo o titular da Sejuc, Wallber Virgolino, um trabalho de contenção
realizado por agentes penitenciários com o uso de bombas de efeito moral evitou
a entrada dos rebelados no pavilhão 1. "Em termos de número de mortes,
essa é a maior rebelião da história do Rio Grande do Norte", disse.
Ainda de acordo com o secretário, a rebelião no Rio
Grande do Norte não tem relação confirmada com os motins no Amazonas e em
Roraima. "Não há confirmação de relação, mas com certeza as rebeliões
naqueles presídios incentivaram o que aconteceu aqui", disse Virgolino.
A Penitenciária de Alcaçuz, segundo o governo,
ficou parcialmente destruída e não há previsão para reconstrução. Ainda na
tarde de sábado, um detento fugiu da penitenciária, mas foi recapturado em
seguida.
Crise em
penitenciárias
O massacre de Alcaçuz é o terceiro a ocorrer neste ano em presídios
brasileiros. No Amazonas, 60 presos morreram em Manaus – 56 no Complexo
Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e quatro na Unidade Prisional do
Puraquequara (UPP), nos dias 1 e 2 de janeiro.
No dia 6 deste mês, 33 foram mortos na
Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), em Roraima. Dois dias depois,
quatro detentos morreram na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa,
no centro de Manaus, para onde haviam sido transferidos presos do Compaj.
Fonte: G1 RN
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